segunda-feira, 21 de julho de 2008

Se, inicialmente, o ISER dedicou especial atenção à problemática da vulnerabilidade da população jovem vitimada, especialmente a juventude moradora de favelas e bairros pobres e com defasagem escolar, em 2005 suas pesquisas, avaliações e monitoramentos na área estiveram estreitamente relacionadas com a temática das armas, seu controle e rastreamento, como parte do apoio às intervenções do Viva Rio nesta temática. Neste sentido, o objetivo era pautar o poder público em relação à necessidade de se ter políticas mais focadas de prevenção da violência, com ênfase especial na “Campanha do Desarmamento” e suas atividades correlatas.

Dessa forma, e em estreita parceria com o VIVA RIO, o ISER começou a pesquisar o “circuito” das armas de fogo no Brasil, estabelecendo um dos mais profícuos campos de pesquisa neste tema, conquistando parcerias importantes no governo (especialmente Ministério da Justiça) e internacionais, buscando desenvolver políticas de controle de armas. Esse trabalho tem-se mostrado altamente eficaz e tanto o ISER quanto o VIVA RIO estiveram bastante envolvidos no Referendum Nacional de 2005 que objetivou restringir o porte de armas por parte da população civil. A derrota do “SIM” no referendum, embora tenha significado um revés momentâneo na luta pela diminuição da violência urbana no país, mostrou, ao mesmo tempo, que há uma parcela significativa da população que é sensível aos argumentos da campanha e apóia medidas que busquem reduzir significativamente o impacto da violência no cotidiano das grandes cidades.

A parceria com o VIVA RIO tem sido fundamental, pois conseguimos, especialmente nesta área temática, uma complementaridade de estratégias. Enquanto o ISER continua pesquisando e fundamentando os argumentos do trabalho desenvolvido pelo Viva Rio, exercendo o papel de “think tank”, esta entidade faz a mobilização pública, o lobby no Congresso e junto aos operadores de justiça, além de ampliar a visibilidade pública da temática.Uma área de pesquisa e trabalho que foi aberta em 2005 diz respeito à vitimização de policiais no Estado do Rio de Janeiro, em resposta aos elevados números de policiais militares mortos ou feridos no enfrentamento da criminalidade no estado. O estreitamento da parceria com a Polícia Militar do Estado deverá abrir um campo fértil de intervenção na problemática da segurança pública do estado, em particular daqueles que são os agentes responsáveis pela implementação das políticas nesta área.

Os projetos realizados:

1. Publicação do livro “Brasil: as Armas e as Vítimas”.

2. Apoio a Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar as Organizações Criminosas do Tráfico de Armas (CPI - Tráfico de Armas).

3. Apoio à Campanha de Entrega Voluntária de Armas de Fogo e avaliação do seu impacto.

4. Apoio à campanha pelo “SIM” no Referendo sobre proibição da venda de armas para civis.

5. Cooperação com a Delegacia Legal em análise sobre dados sobre homicídio e latrocínio com arma de fogo.

6. Cooperação com o Governo Suíço para rastreamento de armas.

7. Projeto: rotas internacionais de abastecimento de armas do mercado criminal no Rio de Janeiro.

8. Projeto: Vitimização de Policiais Militares do Estado do Rio de Janeiro.

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